
DESIGNER POR DEFINIÇÃO
(e por inquietação)
Tenho mais de 16 anos de experiência em design. Sim, podia começar por aí. Podia também dizer que já passei os 500 projectos, que alguns foram premiados, que a minha experiência é internacional, que colaborei com agências, integrei equipas dedicadas ou criei a solo… tudo isso é verdade. Mas, honestamente, o que me define não são os números. Isso, todos temos. O que me define é a forma como penso.
Com o tempo, fui apurando uma abordagem em que o design não é um fim estético, mas uma ferramenta estratégica. Uma prática holística, com objetivos definidos à partida, mas abertos à mudança, isto, porque o mercado muda, os contextos mudam, e nós temos de estar preparados para nos adaptar desde o primeiro dia.
Metade da minha carreira foi passada a comunicar produto em contexto de agência. A outra metade, por vezes a solo, a desenhar marcas e sistemas de comunicação que ajudam empresas a organizar-se, interna e externamente, a posicionar-se e a agir com mais clareza e objetividade.
Para mim, design não é apenas o fim em si. É o fio invisível que liga ideias, pessoas e intenções com forma, clareza e verdade. É trabalhar, pensar, repensar, compreender, redesenhar. É encontrar caminhos que ligam forma e função com verdade e sentido. Seja na vertente gráfica, de produto ou no design organizacional, acredito que é no pensamento que estrutura que o design ganha impacto real.
Trabalho bem sozinho. Melhor ainda com os certos. Ao longo dos anos fui construindo uma rede de profissionais que, como eu, acreditam que rigor e liberdade podem coexistir. Que o bom design é aquele que parece simples, mas nunca nasce por acaso.
No fundo, talvez isto não seja tanto sobre o que já fiz, mas sobre tudo aquilo que ainda me dá vontade de fazer. E isso, felizmente, continua a ser muita coisa.
Daniel de Matos


Onde o Design Se Encontra
A Estratégia
Tudo o que sou, pessoal e profissionalmente fizeram de mim um designer multidisciplinar sendo na área gráfica e organizacional de negócio que mais me encontro e realizo.
As experiências formativas e de trabalho capacitaram-me tecnicamente para todas as áreas do ramo do design e dos ramos de negócio dos clientes com os quais tive oportunidade de trabalhar, que, felizmente, foram muitos e diversos. Esta pluralidade de intervenções e formações deu-me a capacidade de ver cada projeto holisticamente. Mesmo que não execute todas as fases, entendo perfeitamente como é que elas se desenvolvem, permitindo-me antecipar as vantagens ou dificuldades de cada etapa por parte de quem as vai executar. No fundo, consigo prever e adaptar o meu design na hora da criação para que seja bem direcionado até à sua execução ou produção.
Raizes
Do Terroir à Memória
Estas mesmas experiências mostram-me um mundo novo, o mundo do vinho, pelo qual me apaixonei à primeira vista. A excitação cresce, a necessidade de saber aumenta e a sede de conhecimento nunca se sacia. É um universo imenso e competitivo, mas também fascinante pela sua simplicidade, pelas suas raízes naturais, culturais e pela tradição que carrega. Um mundo repleto de histórias por contar e oportunidades para explorar. Talvez seja o prazer de saborear uma boa garrafa que me impulsiona ainda mais a querer fazer parte deste universo. Com orgulho, posso dizer que já trabalho nesta área há quase uma década e, se o destino permitir, espero continuar por muito mais tempo.
O que me move é a ideia do desafio de comunicar a simples essência, o que por detrás de uma garrafa se encontra: o seu terroir, o cultivar das videiras, a poda, o lavrar das vinhas, as castas escolhidas, o clima, a região, a enxertia, a rega, a luz, a fauna e flora envolventes, a vindima, o transporte, a passagem para as cubas, a fermentação, o estágio, a escolha da garrafa, a rolha, o engarrafamento, o rótulo e a sua comunicação, a distribuição, a aquisição, a degustação e, por fim, a mais importante, a lembrança que guardamos, associada a um sabor, textura e aroma que conseguimos sentir só de pensar. E que, certamente, nos vai influenciar no momento de relaxar e apreciar o próximo e belo copo de vinho.
Vamos conversar? Abrir um vinho? Começar a trabalhar?
Os 16 anos de ciclos infinitos que me permitem afirmar que sou mais do que capaz, que sou o tudo e, quando quero… também o nada, que sou preenchido por várias capacidades e despojado de tantas outras, que sou lúcido, verdadeiro e principalmente consciente do local onde me encontro.